E o Oscar vai para Niemeyer!
"Quem conhece as obras do Mestre garante que jamais viu algo igual!"
Um dia, por um minuto, percebi que eu existia; e mais, percebi que tinha opinião; e que ela tinha procedência...
Como sempre gosto de me lembrar da vida, prefiro as horas de luz radiante sobre o legado que Oscar Niemeyer deixou para toda a humanidade. Mantenho viva a energia do entusiamo do poeta do concreto neste relato:
Certa vez, há algum tempo atrás, quis entrevistar Oscar Niemeyer. Mas como fazer? Pensava eu. Uma revista pequena, muito pequena; de uma cidade pequena, não tão pequena; querer, ousar, sonhar entrevistar um ilustre arquiteto e um dos mais grandes homens da história deste país? Era meio que...D+!! Ele tava lá..no Rio,na cidade maravilhosa, no posto seis, no seu estúdio, no seu refúgio, no seu universo...Mas.. a audácia me foi dada ainda antes de eu nascer, assim procurei, busquei, insisti até que do outro lado do fone uma voz rouca de mulher disse: ---Claro querida. Você já ligou tantas vezes....
Assim tive que apresentar as minhas perguntas. Timidamente pedi ajuda a renomados arquitetos para demandar ao mestre. No entanto, entre as perguntas, me intrigava ausência de curiosidade sobre a vida acima da obra. Titubeeeiii mas enviei!
Dias depois, ligo novamente, agora já em tom mais intimista, para saber das respostas. Ele, Oscar, pessoalmente pega no fone.
---Ah...mas quando chegamos a minha idade se quer falar somente sobre os sonhos...essas perguntas que você enviou para mim são muito chatas!
Com minhas duas bochechas vermelhas, gaguejante respondi: ---Eu sei! Achei mesmo que eram muito chatas! Mas ...eu lhe peço encarecidamente que reconsidere ..e se o Senhor me permitir...quero me reservar o direito de lhe fazer UMA ÚNICA pergunta. Posso?
Naquela hora a generosidade do homem superou a grandeza do Mestre. Niemeyer topou!
Me reservei, então uma única pergunta, a minha bola quinze, a minha oportunidade. O resultado você lê no final da matéria abaixo.
Texto: Angela Vicente
Matéria Publicada na Revista Obra Prima em 2011.
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